Carta de recomendação profissional: o modelo ideal
- Importância da carta de recomendação profissional
- Sobre a obrigatoriedade da carta de recomendação
- Cartas de recomendação profissional ainda são usadas
- O que não pode faltar em um boa carta de recomendação profissional
- Para quem solicitar uma carta de recomendação
- Modelo sugerido pela Forbes
- Carta de recomendação x Carta de apresentação
- Outros modelos de carta de recomendação
- Como ajuda no networking
Tempo estimado de leitura: 9 minutos
A carta de referência para emprego, ou carta de recomendação profissional, nem sempre é solicitada no Brasil. É mais comum um emprego no exterior fazer essa exigência, assim como uma universidade de fora.
Porém, ainda que seja uma prática não muito frequente no Brasil, quando solicitada, ela é tão importante quanto o currículo, já que é mais uma forma de apresentar as competências e experiências profissionais de um candidato. Especialmente se for assinada por um profissional com credibilidade no mercado.
O post de hoje é dedicado a essa questão. Continue a leitura e descubra mais sobre as cartas de recomendação!
Leia também: Como colocar idioma no currículo?
Importância da carta de recomendação profissional
A primeira coisa que você deve saber é que a carta de referência é um documento, cujo objetivo é é formalizar a opinião de alguém sobre as aptidões técnicas e pessoais de um profissional e serve com um importante complemento ao currículo.
Convenhamos que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e, nesse contexto, cada experiência, atitude, conhecimento ou habilidade agrega conta pontos no momento em que o recrutador avalia o perfil do candidato.
Sendo assim, um dos elementos mais importantes sobre ela é que, na maioria dos casos, ela assume o papel de critério de desempate em uma seletiva de emprego. A opinião externa, geralmente de um profissional conceituado, conta muito na hora de fazer a avaliação final dos candidatos. Inclusive, até mesmo o LinkedIn conta com esse recurso.
Embora não seja um instrumento popular, a carta de recomendação pode ser um fator decisivo na hora da seleção. É vantagem para as empresas, que podem fazer uma escolha mais segura, e para os candidatos que contam com mais um ponto a seu favor.
Sobre a obrigatoriedade da carta de recomendação
É verdade que a carta de referência é um documento de extrema importância para quem está em busca de um emprego, afinal, ela pode abrir as portas de um novo trabalho, complementando o currículo e trazendo mais credibilidade para o candidato.
Além disso, pode trazer destaque em um processo seletivo, como você viu anteriormente. No entanto, não existe nada na legislação trabalhista que sugira ao antigo empregador ser obrigatório emitir a carta ao profissional.
A sua concessão é um ato voluntário que deve ser muito bem pensado, pois, o antigo empregador não pode garantir que a pessoa tenha uma conduta exemplar em seu novo emprego.
Por outro lado, também pode acontecer da pessoa não ter construído uma jornada exemplar. Falando em termos legais, é justamente essa declaração que não pode ser feita. O Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 determina:
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Sendo assim, uma vez que o trabalho é considerado um direito social, a carta de recomendação não pode desabonar essa conduta. A honra do profissional deve ser preservada.
Cartas de recomendação profissional ainda são usadas
O que não pode faltar em um boa carta de recomendação profissional
Algumas pessoas podem sentir um certo constrangimento na hora de pedir o documento. Há um misto de sentimentos, entre a vergonha e o medo de uma possível rejeição. No entanto, a busca por um emprego deve se sobrepor a isso.
Vale destacar que os laços criados durante um contrato de trabalho são fundamentais para que haja essa abertura. Quem cultiva um bom relacionamento interpessoal dificilmente terá dificuldades em fazer essa solicitação.
Antes de saber o que não pode faltar na elaboração da carta, uma importante questão deve ser considerada: a escolha da pessoa certa para redigir o documento. Aqui, é importante pensar racionalmente: a assinatura de um líder de setor, supervisor ou diretor de empresa inevitavelmente vai ter um peso maior que a de um colega de trabalho.
Na hora de pedir a alguém que redija o documento, é preciso que essa pessoa esteja focada em aspectos como:
- a capacidade intelectual do profissional que está recomendando;
- os hábitos no ambiente de trabalho e na maneira na qual se executa as atividades;
- habilidades de relacionamento interpessoal e profissional;
- preparação acadêmica.
As seguintes informações também não podem faltar:
- nome, cargo e contato de quem está recomendando o profissional;
- nome de quem será recomendado;
- empresa e projetos nos quais o candidato esteve envolvido.
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Para quem solicitar uma carta de recomendação
Os profissionais costumam solicitar a carta de recomendação para a antiga empresa quando o novo empregador ou processo seletivo exige. Nesses casos, os profissionais costumam pedir diretamente ao RH ou algum colega de trabalho com quem tenham construído uma boa relação.
Como pontuamos anteriormente, o ideal mesmo é que essas cartas sejam redigidas por pessoas que ocupam cargos de direção ou gestão, ligados diretamente ao candidato e com quem tenham tido contato próximo e direto. Isso garante que a carta de recomendação tenha a relevância adequada.
Manual de boas práticas para a carta de recomendação
Não basta se atentar se as informações acima estão corretamente relacionadas. É preciso seguir uma espécie de manual de conduta na elaboração da carta. Veja:
- o documento é formal, portanto, não pode haver gírias;
- o tamanho ideal é o que ocupe no máximo 1 lauda;
- o visual deve ser discreto e inspirar cuidados;
- dê preferência a versão impressa, datada, assinada e carimbada, evitando cartas redigidas à mão;
- a pessoa que recomenda deve deixar nítido o nível hierárquico em relação ao profissional, como por exemplo, se era um chefe direto;
- entregue uma carta personalizada à empresa que está realizando o recrutamento.
Modelo sugerido pela Forbes
A Forbes é uma das publicações voltadas para o mundo dos negócios mais conhecida no mundo. Tão conceituada que é a responsável por publicar as famosas listas sobre as pessoas mais ricas, sejam em determinados países ou até mesmo ao redor do mundo.
Em sua edição brasileira, a revista costuma abordar os principais assuntos relacionados ao mercado de trabalho e tendências na economia por meio de postagens nacionais e internacionais. E já abordou o mesmo tema proposto neste artigo.
Portanto, caso a situação apareça e você tenha que escrever uma — ou mesmo pedir uma para alguém —, você pode utilizar o modelo desse tão conceituado magazine. Confira!
Caro [fulano de tal],
É com prazer que recomendo [nome] para [cargo] na [nome da empresa].
[Nome] e eu [incluir o tipo de relacionamento] na [empresa] por [período de tempo].
Eu gostei do tempo que trabalhei com [nome] e descobri que [ele/ela] é uma pessoa muito valiosa para qualquer equipe.
[Ele/Ela] é honesto/a, seguro/a e incrivelmente dedicado/a.
Além disso, [ele/ela] é um impressionante [incluir uma “soft skill”, como líder ou proativa], que sempre [incluir um resultado dessa “soft skill”]. Seu conhecimento de [assunto específico] e experiência em [assunto específico] foi uma grande vantagem para todo o escritório.
[Ele/Ela] colocou esse conjunto de habilidades em prol do [objetivo específico]. Com seu talento inegável, sempre foi muito prazeroso trabalhar com [nome].
[Ele/Ela] sabe verdadeiramente trabalhar em equipe e sempre fomenta discussões positivas e traz o melhor de cada um de seus funcionários.
Sem dúvida alguma, eu recomendo [nome] para a sua equipe na [empresa]. Funcionário[a] dedicado[a] e conhecedor[a] da função, [nome] é também uma grande pessoa.
Eu sei que [ele/ela] será uma contratação positiva para a sua empresa.
Por favor, sinta-se à vontade para entrar em contato comigo através do e-mail [endereço] ou telefone [incluir número] se quiser conversar sobre as competências profissionais de [nome].
Ficarei feliz em ampliar minha recomendação.
Atenciosamente,
[nome de quem recomenda]
Carta de recomendação x Carta de apresentação
Ao contrário da carta de recomendação, a de apresentação consiste em um texto em que o próprio candidato expõe alguns dados sobre si mesmo. Hoje em dia, a maioria das empresas no mercado brasileiro não pedem carta de apresentação, mas podem haver exceções.
Assim, é preciso ter muita cautela com o que vai ser escrito, pois o documento não deve enaltecer as próprias qualidades. Na realidade, o mais indicado é que ele seja um resumo do que será apresentado, de forma sucinta. Veja:
Prezados,
De acordo com a vossa solicitação, estou enviando meu currículo para vossa apreciação.
Sou formado/a em [curso], com pós-graduação em [curso]. Tenho [idioma] [grau de proficiência] e tenho mais de [x] anos de experiência em [função].
Entre minhas características estão [insira no máximo 3 habilidades].
Tenho disponibilidade para viagens, caso necessário.
Coloco-me à disposição para eventual entrevista ou demais esclarecimentos.
Atenciosamente,
[candidato].
Recentemente, a Forbes publicou um artigo com dicas sobre o que não fazer para construir uma boa imagem perante um novo empregador. Veja o que dizia o texto:
Chamar a si mesmo de melhor vendedor da cidade, principal advogado em seu campo de atuação ou o maior contador de todos os tempos não é uma boa escolha para vender sua marca pessoal — e faz parte da lista das seis piores maneiras de se destacar.
O problema com apresentações do tipo “eu sou o melhor” é que elas marcam você como alguém que carece de confiança para simplesmente dizer “eu sou um contador e aqui estão as coisas que fiz até agora na minha carreira”.
Louvar a si mesmo é algo desfavorável. Deixe que outras pessoas o elogiem. Elogiar não é sua tarefa.
É aí que entra o papel da carta de recomendação. Por meio dela, você não passa a impressão de ter o ego inflado demais e não corre o risco de ser mal visto em processos de recrutamento e seleção. É muito melhor deixar esse trabalho para quem teve a oportunidade de formar uma equipe com você.
Outros modelos de carta de recomendação
Além do modelo de carta de recomendação sugerido pela Forbes e da carta de apresentação, elas também podem ser usadas para referências pessoais e acadêmicas.
No caso da carta de recomendação pessoal, ela é utilizada para assegurar a integridade moral de um indivíduo. Nesses casos, a pessoa pode apresentar até duas cartas diferentes e podem ser usadas em diferentes contextos, onde seja necessário comprovar determinadas habilidades e condutas.
Já a carta de recomendação acadêmica é aplicada para candidatos a programas de intercâmbio, cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, cursos no Brasil e no exterior. Muito importante para profissionais que desejam se qualificar em escolas concorridas.
Como ajuda no networking
Seja na vida profissional, seja na vida pessoal, seja no ambiente acadêmico, criar e alimentar um networking saudável é essencial para construir uma carreira de sucesso.
Em situações como candidaturas, apresentação de projetos e na hora que colocá-los na ativa, ter uma rede saudável de relacionamentos não só facilita os processos, como pode melhorar os resultados obtidos, já que mostra como o trabalho do profissional é apreciado no mercado de trabalho.
Prestígio é algo que todos gostam e, no mundo dos negócios, se conectar a grandes nomes é uma atitude estratégica para se manter no topo.
A carta de recomendação até pode ser mais popular na Europa, mas isso não quer dizer que ela não seja bem-vinda aqui no Brasil. Aproveite as dicas deste artigo e aumente as probabilidades de ser contratado apresentando esse documento no seu próximo processo seletivo!
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Perguntas Frequentes
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