Felicidade impacta desempenho
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Por Fernando Mantovani
Na segunda-feira, 20 de março, comemora-se o Dia Internacional da Felicidade, data que deveríamos ter em destaque na agenda. A felicidade é um estado de espírito tão valioso que envolve, em uma tacada só, a sensação de alegria, contentamento, disposição e saúde.
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Não sei se é impossível ser feliz sozinho, como diz a canção magistral de Tom Jobim, mas com certeza é inviável manter-se equilibrado, produtivo e motivado sem felicidade. Funcionários felizes trabalham melhor e trazem ótimos resultados. A felicidade aumenta a qualidade e a expectativa de vida, fatos já comprovados pela ciência.
Leia também: Dia Internacional da Felicidade: por que o trabalho importa para a felicidade mundial?
A importância da felicidade para a vida pessoal e profissional
Sentir-se bem consigo mesmo e com o mundo, porém, não é uma conquista fácil, nem permanente ou imediata. Por isso mesmo é tão importante que exista um esforço (individual e coletivo, público e privado) para criarmos condições favoráveis ao bem-estar físico, mental e emocional. A felicidade depende de uma ampla gama de fatores, que vão de segurança financeira a cultivo de hobbies, passando por boas relações, lazer e senso de pertencimento.
Universidades, comunidade médica e governos são alguns dos envolvidos com esse tema. Não é exagero dizer que as empresas também deveriam estar mergulhadas profundamente nele, assumindo um papel de protagonismo. Sendo o trabalho o contexto no qual direcionamos grande parte do nosso dia, quase doze meses no ano, as companhias são decisivas para estimular ou reduzir o nível de satisfação profissional e pessoal.
Estão aí movimentos dos trabalhadores como o quiet quitting e great resignation, passando o recado em alto e bom som. Ambos são respostas a problemas como carga horária exaustiva, relações tóxicas, microgerenciamento e baixa sintonia com pautas globais (diversidade, sustentabilidade, ética, etc).
Para se aprofundar nesse assunto, a Robert Half, em parceria com a Happiness Works, ouviu mais de 23 mil profissionais de diferentes países, setores e idades, e compôs o estudo “Chegou a Hora de Ser Feliz no Trabalho - Os Segredos das Empresas e Colaboradores Mais Felizes”. Um ponto que chamou muito a minha atenção foi sobre o que leva os colaboradores a serem felizes em uma organização.
Em todas as faixas etárias e gêneros entrevistados, os principais motivos são orgulho da companhia, ser tratado com igualdade e respeito, e sentir-se valorizado pelo trabalho que faz. É interessante observar como as motivações estão bastante ligadas a atitudes, valores e crenças, e não diretamente a salários e benefícios.
A 22ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), realizado em novembro de 2022, corrobora o peso dos fatores intangíveis no contentamento dos empregados. Diante da pergunta sobre o que motivaria os profissionais a aderir ao quiet quitting, 62% dos entrevistados apontaram a falta de reconhecimento e de oportunidades de crescimento na empresa. Para 57%, a adesão ao movimento aconteceria para construir uma relação mais saudável com o trabalho. E entre 43% dos profissionais que participaram do levantamento, a insatisfação com o superior imediato seria a maior razão.
Iniciativas que promovem bem-estar
Como as empresas podem contribuir para a felicidade dos funcionários? Há muitas possibilidades e o ponto de partida é compreender o que atrapalha o contentamento deles: gestores, inflexibilidade, horário, modelo de trabalho, metas irreais? As soluções terão sucesso se estiverem alinhadas às demandas e expectativas dos trabalhadores, bem como à cultura da organização.
Outro ponto relevante é o contexto da empresa. É fundamental estar preparado para cuidar da felicidade em um cenário positivo ou negativo. Neste caso, a ideia é evitar que a saúde mental despenque drasticamente em momentos difíceis. Processos de fusão e aquisição, acidentes graves ou a própria pandemia são bons exemplos de episódios de alto impacto.
O ICRH identificou três medidas essenciais para melhorar o nível de bem-estar dos profissionais bem como a relação deles com a organização:
- comunicação clara e direta entre líderes e liderados;
- promoção de oportunidades de crescimento profissional;
- estabelecimento de limites saudáveis de carga horária.
Confira também: Robert Half Talks (Ep #11) - Dia Internacional da Felicidade
Trabalho não é e não deveria ser sinônimo de sofrimento e sacrifício. O desempenho dos profissionais e o sucesso da empresa só têm a ganhar com um ambiente feliz.
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
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