A gamificação nas empresas é um assunto cada vez mais presente no mundo corporativo. O método visa aumentar a produtividade de uma equipe por meio de um conjunto de atividades lúdicas que envolvem a interatividade, os jogos e a tecnologia. Os incentivos ficam por conta das recompensas.
Assim como nos videogames, quanto mais vitórias, mais entusiasmo o jogador tem para se empenhar em passar as fases. As organizações identificaram nessa prática um ótimo recurso para promover melhorias no desempenho da força de trabalho humana e atrair o interesse dos profissionais das novas gerações.
Que tal entender alguns aspectos relevantes sobre essa prática? Continue a leitura, conheça um pouco mais sobre a ferramenta e aproveite os benefícios da sua aplicação!
O que é gamificação e qual a sua importância para as empresas?
A gamificação nas empresas é, basicamente, a ação de promover jogos aos colaboradores. No entanto, não é qualquer tipo de jogo. O ambiente interativo deve ser criado de forma a oferecer alguns aspectos similares com as atividades desempenhadas durante o exercício profissional.
Dessa forma, quando o colaborador consegue atingir os objetivos do jogo, recebe uma recompensa por isso. Esse é um fator muito importante a ser considerado: a gamificação não consiste em jogos de entretenimento, mas em uma perspectiva técnica.
A recompensa não é derrotar o chefão, mas pode envolver uma evolução no cargo ocupado pelo colaborador que está participando da dinâmica. Afinal, o objetivo desse recurso é fazer com que as equipes atinjam o mais alto nível de desempenho por meio de técnicas de engajamento, motivação e do feedback em tempo real.
O que é possível fazer dentro dessa estratégia?
Empresas mais ousadas podem criar um aplicativo para celular que simule reuniões ou outras situações cotidianas, de modo que os colaboradores possam demonstrar todo o seu potencial.
O jogo pode funcionar no esquema de perguntas e respostas, de quiz interativo e até mesmo como um brainstorm para desenvolver novos produtos ou solucionar problemas. Assim, uma situação hipotética é descrita e as sugestões são avaliadas e recompensadas conforme a relevância para a empresa.
A pontuação deve levar a uma premiação que, inclusive, pode ser real. Não há limites para a criatividade. A empresa tem a possibilidade de investir em bolsas de estudo ou até mesmo em viagens corporativas. Tudo dependerá dos recursos disponíveis, mas o importante é que realmente exista uma recompensa.
Mensurar o trabalho realizado também é uma forma inteligente de usar a gamificação nas empresas. O critério de avaliação deve ser pautado em determinado KPI — indicador de performance. Ao atingir os níveis preestabelecidos, é possível fazer o resgate das recompensas.
Por que utilizar a gamificação nas empresas?
Como mencionamos, a gamificação funciona com um sistema de recompensas. Após a realização de tarefas predeterminadas, existem outras etapas a cumprir e a superar. E para cada tarefa realizada com sucesso há uma gratificação.
A grande descoberta das empresas foi que a diversão é o caminho mais fácil para transformar o comportamento dos colaboradores para melhor. Esse modelo de estratégia instiga duas características do ser humano que caem muito bem em ambientes corporativos e na vida profissional:
- a cooperação;
- a competitividade.
Assim, a estratégia é composta pelos 6 pilares que você verá a seguir.
1. Regras
Todo jogo tem suas regras, do contrário, não pode ser considerado um jogo. No videogame, por exemplo, alguns atalhos ou acessórios destinados aos personagens só podem ser conquistados quando determinada missão é finalizada.
O mesmo acontece com os jogos corporativos. Para manter o trabalho alinhado às metas e às políticas da empresa, a fim de conquistar as recompensas, é preciso que cada colaborador siga as normativas preestabelecidas para cumprir etapas.
2. Metas
Toda empresa que deseja atingir objetivos deve ter metas bem traçadas, estabelecidas e comunicadas aos seus colaboradores. Essa é uma postura semelhante à dos jogos, que estabelecem várias etapas a serem cumpridas para concluir uma fase.
Estipular uma meta de vendas ou de produção estimula as equipes a trabalharem por um objetivo. Quando esses grupos recebem a recompensa por atingirem o patamar desejado, a empresa também sai no lucro em relação aos seus resultados.
3. Feedback
Você verá a questão do feedback com bastante frequência neste artigo, já que é um dos elementos mais importantes e marcantes da gamificação. Esse retorno em tempo real mostra aos colaboradores se as ações realizadas durante a dinâmica foram positivas ou negativas.
Dessa forma, as equipes podem melhorar em vários aspectos:
- aprender novas técnicas;
- desenvolver novas habilidades;
- corrigir falhas na execução de atividades,
- entre outra ações.
4. Participação Voluntária
Os estímulos propostos pela gamificação fazem com que o colaborador sinta-se estimulado a participar do desafio. Ao aplicar a gamificação, a empresa faz do alcance de metas uma atividade divertida e estimulante, compondo uma equipe proativa e de alto desempenho.
5. Aprendizado
O jogo, por si só, é bastante intuitivo e só pode funcionar se os jogadores seguirem as instruções. Essa é uma das premissas que fazem com que a gamificação nas empresas seja uma forte tendência.
Quando um novo colaborador inicia suas atividades, os games se tornam úteis para que ele adquira os conhecimentos necessários de maneira autônoma e descontraída.
6. Premiação
Paralela ao feedback, a premiação é outro elemento que aparece com frequência quando falamos em gamificação.
No mundo dos negócios, reconhecer o trabalho do colaborador é uma forma de valorizar os seus esforços e de conceder uma premiação pelas metas que foram alcançadas. Isso faz com que ele se sinta importante e motivado a buscar resultados cada vez melhores.
Em quais contextos a gamificação pode ser aplicada?
A gamificação nas empresas pode ser utilizada em vários contextos. Que tal conhecer alguns deles?
Treinamentos
Não podemos deixar de salientar o quanto a gamificação vem contribuindo de maneira positiva na promoção de treinamentos dentro das empresas.
Um dos grandes desafios de uma organização é fazer com que os colaboradores realmente se envolvam nesses processos para que sejam mais que meros observadores. Participar de forma atenta é crucial para que o conteúdo seja absorvido com sucesso e o investimento valha a pena.
O design e a mecânica dos jogos são capazes de envolver as equipes, incentivando a mudança de comportamento e o desenvolvimento de novas habilidades. A interatividade faz com que as estratégias sejam mais interessantes, transformando os indivíduos em participantes ativos.
A transformação de observadores em participantes ativos depende da consciência dos colaboradores em relação à importância dos treinamentos e também das recompensas oferecidas. Quando o processo se torna interessante para eles, ainda que pela recompensa, a tendência é que fiquem atentos às etapas do jogo. Com isso, absorvem o conhecimento de forma eficiente.
Outra questão que vale a pena destacar é que o cérebro dos participantes assimila o conhecimento adquirido a uma experiência interessante, guardando, assim, as informações por mais tempo. Isso significa que as pessoas dificilmente esquecerão o conteúdo ministrado em poucos dias, podendo levar esse aprendizado por toda a vida.
A consequência é positiva para todos. Em termos financeiros, a empresa pode ter certeza de que não desperdiçou seus recursos à toa. Afinal, conseguiu promover um conteúdo que gerou valor e que realmente tem o que acrescentar ao desempenho de seus colaboradores.
Processos Seletivos
Talvez esse seja o contexto de aplicação da gamificação que mais se aproxime, de fato, da dinâmica dos jogos de entretenimento. Isso porque, para transformar um processo de recrutamento e seleção em uma gincana, é preciso utilizar um ranking e propor uma recompensa valiosa que leve à conquista de status, ao mesmo tempo em que a colaboração é fundamental para “derrotar” os adversários.
Ao desafiar os candidatos a mostrar e a fazer uso das suas competências, é possível enxergar melhorias no desempenho que farão com que subam de nível até chegar à conquista final: a tão desejada vaga.
Os games podem ser aplicados em forma de jogo de perguntas e respostas para avaliar o nível de conhecimento dos indivíduos. Também há a possibilidade de criar um jogo exclusivo para estimular os participantes a exercerem funções semelhantes àquelas que vivenciarão no dia a dia.
Esse é um ponto fundamental para a gamificação em processos seletivos: simular as situações que fazem parte do cotidiano da empresa e da função exercida. Quando bem estruturado, o resultado revela o perfil ideal para preencher a vaga.
Plano de Carreira
O plano de carreira é uma política adotada pela empresa e que norteia o percurso do colaborador durante seu contrato com a organização. Funciona como uma espécie de elo entre a função exercida no presente e o posto que ele pode assumir no futuro.
Esse manual deve ter as competências e as habilidades necessárias para cada cargo bem definidas. Além disso, deve definir o que o colaborador precisa fazer para evoluir caso queira assumir novas posições dentro de uma hierarquia.
Perceba que o plano de carreira tem tudo a ver com os pilares da gamificação apresentados acima! Os candidatos a assumir uma nova posição podem acessar os tutoriais que direcionam para os próximos passos do seu desenvolvimento e praticar as novas funções durante o game. O sistema de rankeamento permite que os gestores acompanhem a evolução de cada um deles.
Comunicação Interna
Manter uma comunicação interna eficiente e livre de ruídos é mais um dos grandes desafios do mundo corporativo. Desde as micro e pequenas empresas até as grandes companhias compostas por várias filiais, nenhuma organização está livre desse problema.
A boa notícia é que existem diversas ferramentas que colaboram para manter as informações alinhadas, promovendo o engajamento entre os colaboradores e distribuindo os dados de forma nítida e homogênea entre todos os setores. É claro que a gamificação pode cumprir muito bem esse papel.
Desde que o problema seja identificado, construir uma dinâmica que possa deixa claro a missão, os valores e os principais objetivos do negócio — ou apenas de um projeto específico — é uma tarefa que pode ser considerada simples.
Como aplicar?
A aplicação da gamificação nas empresas deve seguir alguns preceitos dos jogos nos quais a estratégia se baseia. Um deles, como já explicamos, é o fato de estabelecer regras claras. Só assim o colaborador pode identificar as metas que deve atingir e como elas devem ser alcançadas para receber a recompensa.
Nesse contexto, é de extrema importância que a empresa cumpra com a sua parte do acordo, ou seja, com a recompensa. Por exemplo, caso as técnicas da gamificação sejam utilizadas em um processo seletivo para definir um novo líder de setor, o vencedor deve ser imediatamente promovido.
No entanto, para que isso aconteça, é preciso desenvolver uma estratégia com base em um planejamento criativo e bem estruturado. Veja 4 passos básicos para que a sua aplicação seja viabilizada.
Identificar o problema
O primeiro passo para aplicar a gamificação é identificar o problema da empresa. Por exemplo:
- As entrevistas de emprego precisam ser mais eficazes?
- Os treinamentos não estão atingindo os objetivos propostos?
- A política de plano de carreira não consegue revelar quem realmente está apto a subir de cargo?
- Os vendedores não conseguem interagir e formar uma rede de contatos?
- Há uma queda significativa na produtividade?
A gamificação é uma estratégia, portanto, é preciso que seja planejada para que dê certo. Respondendo a essas e outras perguntas, os gestores conseguem diagnosticar onde estão as principais falhas e estruturar um processo realmente efetivo por meio das técnicas.
Entender a persona
Um dos objetivos da gamificação é propor uma atividade interessante para os colaboradores. Logo, é preciso entender as demandas e anseios desse público. Pesquisas de clima organizacional, reuniões periódicas e a própria política de feedback cumprem bem a função de investigar o que essas pessoas querem, pensam e almejam para o seu futuro.
Definir estratégias
Ao identificar os pontos fracos e como atrair o público para que o investimento nos games realmente tenha os resultados esperados, fica mais fácil definir os objetivos e as estratégias a serem utilizadas para alcançar as metas.
O plano deve ser elaborado para a correção de problemas e para a potencialização de resultados positivos. O mais importante é pensar em um processo que seja interessante e eficiente. Se possível, não hesite em fazer testes com grupos menores antes de aplicar as dinâmicas em um grupo maior.
Mensurar os resultados
De nada adiantará aplicar a gamificação sem mensurar os resultados obtidos após os games. Testes, pesquisas, acompanhamentos, observações e o uso da tecnologia ao medir a evolução são atitudes essenciais para avaliar se a estratégia realmente está despertando o interesse dos colaboradores e trazendo evoluções para o desempenho geral da empresa.
Quais são os seus benefícios?
Durante a leitura deste artigo, você possivelmente identificou as vantagens de aplicar a gamificação em variadas situações corporativas. Que tal deixar esses benefícios ainda mais expostos?
Cooperação
Relatamos que a prática dos jogos incentiva a competitividade. É preciso destacar que esse não é um aspecto negativo, já que vem acompanhado da colaboração. Assim, os incentivos promovidos não precisam (e nem devem) se limitar aos indivíduos.
Quando se pensa na coletividade, há uma melhora significativa do clima organizacional. Ao estabelecer um objetivo para uma ou mais equipes obterem essa conquista, acontece a cooperação. A tendência é que esse trabalho colaborativo eleve os resultados, uma vez que todos trabalham juntos em prol de um objetivo.
Otimismo
As novas etapas e os novos desafios propostos pela gamificação são incorporados ao cotidiano por meio do feedback construtivo. A prática permite que os profissionais se desenvolvam, aprendam e evoluam a partir das próprias ações.
Essas questões deixam os colaboradores mais otimistas em relação a sua atuação. Quando uma pessoa sabe que seu desempenho será reconhecido, a tendência é que aumente a produtividade individual e coletiva.
Persistência
Os benefícios da gamificação nas empresas funcionam como um ciclo. Para que atinjam os objetivos estabelecidos e a organização conquiste todas as vantagens dessa estratégia, é preciso persistência por parte dos colaboradores.
Quando os profissionais entendem quais metas devem ser alcançadas e a recompensa a ser ganha, há maior esforço para atingi-las.
Engajamento
Como a gamificação torna os processos de aprendizagem mais interessantes, traz emoção à rotina do trabalho e se configura como uma atividade prazerosa, os colaboradores são motivados a apostar em programas de aprendizagem contínua.
Por conta própria e sem esperarem recompensas da empresa, saem em busca de cursos livres, pós-graduações e graduações, especialmente quando percebem que realmente é possível evoluir por meio dessas técnicas.
Aqui, precisamos mencionar novamente o benefício dos feedbacks instantâneos. Como os participantes têm acesso a todas essas questões, é possível corrigir e potencializar comportamentos sempre que necessário. Esse processo cria um ciclo de engajamento que faz com que os indivíduos procurem melhorar a sua atuação utilizando ferramentas externas, dando um upgrade na carreira.
Benefícios ao corpo e à mente
A gamificação não é positiva apenas para os aspectos profissionais. Ela também faz muito bem para algumas questões relacionadas ao corpo e à mente.
Quando o participante ganha a recompensa, ativa a liberação de dopamina no cérebro — o elemento que é responsável pelo bom humor. Isso acaba sendo bastante útil para o gerenciamento do estresse e proporciona melhorias na capacidade de concentração.
A dopamina também atua na memória, no comportamento, na absorção do conhecimento, na atenção, na aprendizagem e no sono. Quem dorme bem está mais disposto a realizar suas atividades cotidianas, eleva o próprio nível de bem-estar e sente-se mais feliz e satisfeito com a rotina.
Quais resultados esperar?
Em suma, a empresa que adota a gamificação pode esperar pelos seguintes resultados:
- competitividade saudável — a competição serve de gatilho para motivar os colaboradores a partir da superação;
- sentimento de conquista — quando se atinge um objetivo, é despertado o sentimento de conquista, fator estimulante para que haja interesse e engajamento em cumprir novas etapas;
- mensuração de resultados — o sistema de ranqueamento possibilita que os participantes tenham acesso a sua evolução, o que funciona como um termômetro tanto para os colaboradores quanto para os gestores, tornando possível uma avaliação mais eficaz em relação ao seu desempenho.
Investir em gamificação nas empresas é oferecer um momento lúdico, por meio de uma experiência única e memorável. Por garantir altos níveis de engajamento por parte dos colaboradores e a possibilidade de conquistar clientes, é um recurso cada vez mais utilizado no mundo dos negócios. Não fique de fora!