Por Fernando Mantovani
Quase metade (47%) dos 240 profissionais entrevistados pela Robert Half para uma pesquisa sobre home office afirmou que ficam mais produtivos trabalhando de casa. A notícia é um alívio para os gestores que defendem o trabalho distribuído ou aqueles que ainda se mantinham resistentes sobre esse novo modelo de operação e tiveram que fazer a migração às pressas, diante da pandemia.
Aqui na Robert Half, em um movimento inédito na companhia, 100% dos profissionais do Brasil estão atuando de maneira remota. Com base nessa experiência e considerando que cada colaborador enfrenta condições de trabalho remoto longe do ideal, compartilho com os líderes algumas percepções pessoais:
O colaborador precisa continuar se sentindo parte do time
A distância física é uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter o contágio pela Covid-19. Nessa situação, o gestor deve ter cuidado para que não se crie um abismo entre ele e a equipe. Mantenha-se próximo, agende calls pontuais para entender como os colaboradores estão e se têm sentido falta de algum apoio. Não se trata de micro gerenciamento, mas de fazer com que o profissional se sinta apoiado, importante e parte da empresa. Se faz parte da cultura da sua organização presentear ou gratificar os colaboradores por datas ou motivos especiais, tente manter essa dinâmica, na medida do possível, mesmo à distância.
Estabeleça metas e prazos
Sabe aquele ditado que diz que “o combinado não sai caro”? Ele é real e ajuda a alinhar expectativas de todos os envolvidos. Evitando o micro gerenciamento, cada líder deve encontrar seu mecanismo de gestão, expondo para todos a situação dos negócios dentro da crise, detalhando a importância do comprometimento de cada membro do time, reforçando como cada um pode contribuir para a melhora do cenário e propondo metas e prazos. Nesse processo, a recomendação é estruturar um discurso realista, mas sem tom de ameaça.
Pessoas felizes entregam resultados melhores
O ideal é que encerremos o período de quarentena com saúde física e emocional. Então, é importante que o gestor dedique parte do seu tempo para entender quais têm sido as dificuldades e necessidades individuais dos colaboradores. É possível e necessário oferecer férias para alguns ou um horário de expediente diferenciado para outros, por exemplo? Quando o colaborador se sente valorizado tende a trabalhar mais feliz e retribuir com mais engajamento.
Prefira contatos por vídeo
Por mais que a tecnologia evolua, arrisco dizer que nada vai substituir as vantagens das conversas olho no olho. É por meio delas que conseguimos fazer uma melhor leitura das reações do outro durante um bate-papo. Os gestos, o tom de voz e a postura dizem muito sobre nós.
A situação que estamos vivendo é nova para todo o mercado. Enquanto o CEO ou dono da empresa está preocupado com a sustentabilidade do negócio, os líderes se veem diante da missão de manter ou elevar os resultados e o engajamento da equipe em um campo adverso. Já os colaboradores sentem a angústia de não saber o que vai lhes acontecer. Na medida do possível, é preciso que todos sejam empáticos, evitando climas sufocantes. Afinal, como dizem por aí, quando se aperta um parafuso do jeito errado, as chances de ele espanar são grandes.
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half
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