Não tenho dúvidas de que a igualdade de gênero faz bem para os negócios. Sempre acreditei nisso e tenho presenciado esses benefícios no dia a dia, como líder e profissional. Globalmente, 60% da força de trabalho da Robert Half é formada por mulheres, muitas em cargos de liderança. Essa iniciativa de mesclar o time com as habilidades dos diferentes gêneros, inclusive, já nos rendeu reconhecimentos internacionais, além de um ambiente bastante inclusivo.
A boa notícia é que há um crescente e genuíno interesse das organizações ao redor do mundo, incluindo o Brasil, em reduzir a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. O tema permeia não só as reuniões entre os profissionais de RH como também já virou pauta entre os líderes e se fortalece cada vez mais entre os principais desejos dos profissionais de todos os níveis hierárquicos e das diferentes gerações.
A questão é que, apesar da preocupação e da boa intenção das lideranças, menos de 40% das companhias mapeadas durante a sondagem da 15ª edição do ICRH afirmaram ter alguma política específica para aumentar a participação de mulheres no quadro de colaboradores de forma geral, incluindo cargos de liderança. Mas como eu acredito que esse cenário tem muito potencial para ser diferente e muita necessidade de que se concretize, compartilho sete motivos para que a igualdade de gênero seja implementada na sua companhia:
1. Promove pensamentos mais diversos
Uma equipe formada por pessoas com diferentes desejos, necessidades, percepções, expectativas e experiências têm mais potencial para avaliar o todo de uma situação, um projeto, um produto, um método, um processo ou um serviço. Isso contribui para que a organização seja mais assertiva na tomada de decisão, das mais simples às mais complexas.
2. Melhora no clima corporativo
O clima corporativo é formado pelo sentimento e pensamento que os colaboradores nutrem pela organização como um todo. A igualdade de gênero, assim como tantas outras ações, é um dos fatores que faz com que as pessoas se sintam confortáveis, aceitas e satisfeitas à frente de suas funções.
3. Eleva a motivação, melhorando o engajamento
É claro que cada pessoa se motiva e engaja por fatores particulares. Mas, de forma geral, um bom clima corporativo tende a motivar os profissionais a executar suas tarefas. Além disso, um ambiente de respeito e justiça gerado pela igualdade de gênero tende a estimular a proatividade e o esforço do time como um todo.
4. Fortalece a política de atração de candidatos que valorizam a diversidade
Há tempos os profissionais deixaram de ser atraídos apenas pela remuneração e o pacote de benefícios. As recompensas financeiras continuam sendo importantes. Mas os melhores talentos do mercado querem mais: eles desejam trabalhar em empresas das quais se orgulham. Eles sabem que esse é um diferencial a mais no currículo.
5. Aumenta a produtividade
Com bom clima corporativo, motivação e engajamento, a produtividade tende a ser o próximo ganho da empresa que aposta em ações como a igualdade de gênero. Isso porque as pessoas começam a deixar de fazer apenas o que mandam para executar o que precisa ser feito.
6. Gera valor à marca
O nome da organização é o grande patrimônio que ela possui. É ele quem atrai os melhores clientes, fornecedores, parceiros de negócio, investidores e candidatos a vagas. Quando você cuida e valoriza as pessoas - não só no discurso, mas da porta para dentro -, naturalmente essa informação se espalhará pelo mercado. Mas se isso não acontecer, certamente o público interno se encarregará de se tornar um embaixador voluntário da marca.
7. Reduz a rotatividade
Com um clima acolhedor, os melhores talentos da sua companhia pensarão duas vezes antes de se abrir para outras oportunidades do mercado. Então, faça a sua parte. Mas, se um pedido de desligamento acontecer, não se desespere. Entenda os motivos do profissional, faça ajustes internos que possam existir e deixe-o ir. Acredito que a rotatividade pode ser saudável para oxigenar as ideias da organização. Além disso, a contraproposta pode ser um veneno para as duas partes.
Como você pode ver, motivos é o que não faltam para que as organizações alinhem suas formas de ser, de pensar e de agir com relação às pessoas, valorizando-as por seus potenciais e pelo que elas podem contribuir. Nada além disso.
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar